sexta-feira, 27 de junho de 2008

Despedida de um Génio

Gabriel Garcia Marquez retirou-se da vida pública por razões de saúde: cancro linfático.
Agora parece que está cada vez mais grave.
recebi um email dizendo que ele enviou uma carta de despedida aos seus amigos, e graças à internet está a ser difundida pelo mundo.
Resolvi publicá-la neste meu espaço. Recomendo a sua leitura, porque é verdadeiramente comevente este curto texto escrito por uns dos latinoamericanos mais brilhantes dos últimos tempos.
"Se por um instante Deus se esquece-se de que sou uma marioneta de trapos e me presenteasse com mais um pedaço de vida, eu aproveitaria esse tempo o mais que pudesse. Possivelmente não diria tudo o que penso, mas definitivamente pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não por aquilo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, porqwue entendo que por cada minuto que fechamos os olhos perdemos sessenta segundo de luz. Andaria quando os demais se detivessem, acordaria quando os demais dormissem. Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, deitava-me ao sol, deixando a descoberto, não somente o meu corpo, como também minha alma. Aos homens eu provaria quão equivocados estão ao pensar que deixam de se enamorar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se enamorar. A um menino eu lçhe daria asas, apenas lhe pediria que aprendesse a voar. Aos velhos ensinaria que a morte não chega com o fim da vida, mas sim com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vós Homens...aprendi que todo o mundo quer viver no topo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa. Aprendi que quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, a mão de seu pai, agarrou-o para sempre. Aprendi que um homem só tem direito a olhar o outro de cima para baixo, quando está a ajudá-lo a levantar-se. São tantas as coisas que aprendi com vocês, mas agora realemente de pouco me irão servir, porque quando me guardarem dentro dessa caixa, infelizmente estarei morrendo. Sempre diz que o que sentes e faz o que pensas. Supondo que hoje seria a última vez que te vou ver dormir, te abraçaria fortemente e rezaria ao Senhor para poder ser o guardião da tua alma.
Supondo que estes são os últimos minutos que te vejo, diria-te "Amo-te"e não assumiria, loucamente, que já o sabes.
Sempre existe um amanhã em que a vida nos dá outra oportunidade para fazermos as coisas bem, mas pensando que hoje é tudo o que nos resta, gostaria de te dizer o quanto te quero, que nunca te esquecerei.
O amanhã não está assegurado a ninguém, jovens ou velhos. Hoje pode ser a última vez que vejas aqueles que amas . Por isso, não esperes mais, fá-lo hoje, porque o amanhã pode nunca chegar. Senão, lamentarás o dia em que não tiveste tempo para um sorriso, um abraço, um beijo e o teres estado muito ocupado para atenderes a esse último desejo.
Mantém os que amas junto de ti, diz-lhes ao ouvido o muito que precisas deles, o quanto lhes queres e trata-os bem, aproveita lhes dizer "perdoa-me", "por favor", "obrigado", e todas as palavras de amor que conheces.
Não serás recordado pelos teus pensamentos secretos. Pede ao Senhor a força e a sabedoria para para os expressar.
Demonstra aos teus amigos e seres queridos o quanto são importantes para ti."

P.S Vale a pena pensar nisto

1 comentário:

Anónimo disse...

No cume dos meus 33 anos estas palavras ainda me comovem...

"ainda, ainda, ainda"... tenho esperança!

"ainda, ainda e sempre", assim rezo.

com estas palavras faço um desenho e ofereço-te-o: uma fadinha num baloiço, cabelos cor do feno, tem numa mão o sol inteiro, nos lábios um quarto-crescente e no colo um passarinho tenrinho acolhido pelo verde do coração. A fadinha não usa sapatos, as suas águas são cristalinas, melódicas,asas mesmo.

não sou a fada nem o outro lado. não sou o desenho, mas o espelho.