.
Pairava sobre mim um silêncio inquietante no encontro com o desconhecido.
Rodeavam-me os elementos essenciais da harmonia que fizeram com que silenciosamente me libertasse. A respiração sossegada e consciente era fulcral para que eu, no meu maximo expoente, me sintinizasse.
Diluindo todos os pensamentos que me invadiam, de mãos equilibradas com a terra, sentia a maravilhosa brisa do momento percorrer toda a minha alma ao som da corrente leve do rio. Entreguei-me. No mais fundo de mim recebi o sol que entrava no mais lindo bolero da vida. Eu, ali, comigo.
A respiração tornara-se porta do encontro de quem me quer bem. Senti. Senti-me neste crescimento desbravando o mais duro que há em mim. No corpo de árvore de tronco largo, baixo, escuro, de olhos bem fundos negros, chamei por mim. Voei a uma velocidade que desconhecia existir.
A inspiração tornou-se mais funda e o que liberto de mim, mais intenso. Tinha poder, senti-me poder, fui poder.
Agradecendo o momento, no caminho do encontro, andava levemente com passos do meu compasso firme e vencedor. Sou. Enquanto penso, levando as mão ao peito com toda a sabedoria, me agradeço.
Vi-me velha de sabedoria.
Os medos apareceram e os fantasmas dançaram a minha melodia. Não me esqueci do que sou. Vestida pelo susto, mudo de roupa. Aquela já não me servia. E veio a certeza com toda a delicadeza aconchegar-me com o roupão do conforto.
Queria o barulho das árvores, o vento como chaile da noite e a luz da lua. Havia música em mim. Estava ali para saber o que sou. Dei-me o melhor presente da vida, o melhor espelho que vi...
Estive comigo e permiti-me percorrer a rampa de lançamento para saber o que sou.
Comuniquei com todas as minhas células vivendo o melhor que todos temos, o amor. Senti-me corpo no primeiro instante. O sorriso harmonioso e a leveza instantânea foram-se a presentando. Senti calor. Uma pulsão de calor transbordava e fez morada no meu coração. Pequenos gestos apareceram com os seus vestidos de gala. Que lindos! Tão lindos que me fizeram ir ao baú e vestir-me com a saia comprida e rodada da meiguice, a camisola do desejo, o casaco do encontro e a fita da sabedoria. Momentos lindos os nossos! Proporcionaram gargalhadas de prazer, práticas de sabedoria e melodias similares.
A natureza impôs-se como cenário e apresentou-se como o melhor filme da vida.
Texto by JcL
1 comentário:
xiiiiiiii... foste ao cinema? hihihihi.... mais uma! nós!
Enviar um comentário